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Fundação humanitária apoiada por EUA diz que 5 membros morreram em ataque do Hamas em Gaza
Fundação humanitária apoiada por EUA diz que 5 membros morreram em ataque do Hamas em Gaza / foto: Jack GUEZ - AFP

Fundação humanitária apoiada por EUA diz que 5 membros morreram em ataque do Hamas em Gaza

A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada por Estados Unidos e Israel, acusou o movimento islamista Hamas por um ataque na quarta-feira (11) que matou pelo menos cinco de seus integrantes e deixou vários feridos.

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"Esta noite, por volta das 22h00 de Gaza (16h00 em Brasília), um ônibus que transportava mais de duas dúzias de membros da equipe da Fundação Humanitária de Gaza [...] foi atacado brutalmente pelo Hamas", declarou a organização em um comunicado.

"Ainda estamos obtendo informações, mas o que sabemos é devastador: há pelo menos cinco mortos, múltiplos feridos e tememos que alguns membros de nossa equipe tenham sido tomados como reféns", acrescentou.

Em um e-mail enviado à AFP, a GHF afirma que todos os passageiros do ônibus eram palestinos e colaboradores humanitários.

Eles se dirigiam ao centro de distribuição da fundação na zona oeste de Khan Yunis.

"Condenamos este ataque atroz e deliberado com a maior firmeza possível", declarou a entidade em seu comunicado.

"Eram colaboradores humanitários. Humanitários. Pais, irmãos, filhos e amigos que arriscavam suas vidas todos os dias para ajudar os demais", insistiu.

A GHF, uma iniciativa oficialmente privada com financiamento opaco e apoiada por Israel, iniciou suas operações em 26 de maio, depois que o governo israelense cortou completamente o fornecimento de ajuda a Gaza durante mais de dois meses, o que gerou advertências de fome em massa.

No entanto, a primeira semana de suas operações, na qual afirmou ter distribuído mais de sete milhões de pacotes de alimentos, foi marcada por críticas.

A distribuição de alimentos e produtos de primeira necessidade na Faixa de Gaza é cada vez mais tensa e perigosa, o que aprofunda a crise de fome no território.

Dezenas de palestinos morreram em ataques quando tentavam chegar aos pontos de distribuição de alimentos desde o final de maio, segundo a Defesa Civil de Gaza.

- "Morreram esperando" -

O Exército israelense é acusado de disparar contra multidões de civis que se deslocavam para receber ajuda nas imediações das instalações da GHF desde maio, também de acordo com a Defesa Civil do território.

Os serviços de emergência afirmaram que as forças israelenses mataram 31 pessoas que aguardavam ajuda na quarta-feira.

As autoridades israelenses e a fundação, que utiliza serviços de segurança americanos terceirizados, negaram a acusação.

A ONU e os principais grupos de ajuda se recusam a cooperar com a entidade por medo de que ela sirva de fachada para objetivos militares israelenses.

Além disso, o volume de ajuda permitida no território foi classificado como conta-gotas. Médicos de Gaza afirmaram que os hospitais recebem muitas pessoas atingidas por ataques quando tentavam obter alimentos.

O hospital Al Awda, no campo de refugiados de Nuseirat, anunciou que quatro pessoas morreram e 100 ficaram feridas em um ataque israelense com drones na manhã de quinta-feira contra uma aglomeração em um ponto de distribuição de ajuda.

No hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza, a emergência começou a receber dezenas de vítimas que aguardavam ajuda. Em um único dia, o número de feridos chegou a 200.

"Muitos habitantes de Gaza seguiram para as áreas de Nabulsi e Netzarim para receber ajuda, mas foram atacados a tiros e bombardeados com tanques", relatou Mutaz Harara, diretor da emergência do Al Shifa.

Ele afirmou que "muitos pacientes morreram esperando sua vez" no hospital, que tem poucos suprimentos médicos e não dispõe de sala de cirurgias.

T.Sauer--FFMTZ