Frankfurter Tageszeitung - Líder supremo do Irã diz que proposta nuclear dos EUA é contrária aos interesses do país

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Líder supremo do Irã diz que proposta nuclear dos EUA é contrária aos interesses do país
Líder supremo do Irã diz que proposta nuclear dos EUA é contrária aos interesses do país / foto: - - KHAMENEI.IR/AFP

Líder supremo do Irã diz que proposta nuclear dos EUA é contrária aos interesses do país

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (4) que a proposta dos Estados Unidos para alcançar um acordo sobre o programa nuclear é contrária aos interesses nacionais do país.

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Irã e Estados Unidos iniciaram negociações em abril, com a mediação de Omã, para chegar a um acordo sobre o programa nuclear de Teerã. Mas, após cinco rodadas de diálogo, as conversas mais recentes terminaram no final de maio sem avanços.

"A proposta (sobre o programa nuclear iraniano) apresentada pelos americanos é 100% contrária ao lema 'nós podemos'", declarou o aiatolá Khamenei, em referência aos pilares da Revolução Islâmica de 1979 sobre a independência do país.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou na segunda-feira que seu país não permitirá que o Irã enriqueça urânio como parte de um "possível acordo", mas para Teerã isto representa uma linha vermelha.

Khamenei afirmou em um discurso durante um evento para recordar o 36º aniversário da morte do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, que a independência do país implica "não esperar pela luz verde" dos Estados Unidos.

"Por que interferem na decisão do Irã de proceder ou não com o enriquecimento? Não têm nada a dizer", expressou Khamenei.

As potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, acusam o Irã de querer desenvolver armas nucleares, uma afirmação que Teerã nega, ao insistir que seu programa tem objetivos civis.

Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia chegaram a um acordo com o Irã em 2015 para limitar o programa nuclear de Teerã a fins civis, em troca da suspensão das sanções.

Washington se retirou unilateralmente do acordo durante o primeiro governo de Trump, em 2018, e Teerã começou progressivamente a se desligar de seus compromissos.

R.Winkler--FFMTZ